Policiais penais de Goiás denunciaram que marmitas em condições impróprias para consumo, incluindo alimentos azedos e até com presença de larvas, estariam sendo distribuídas tanto para servidores quanto para presos em unidades prisionais da região do Entorno do Distrito Federal. A denúncia ganhou repercussão após a circulação de um vídeo nas redes internas da categoria, no qual uma larva aparece dentro da refeição de um agente. O caso teria ocorrido em uma unidade vinculada à 3ª Coordenação Regional Prisional, que atende cidades como Valparaíso, Cidade Ocidental e Santo Antônio do Descoberto.
De acordo com relatos, o problema não é recente. As queixas vêm se intensificando desde o final de 2024, quando a alimentação passou a ser fornecida por uma empresa terceirizada, substituindo a comida preparada anteriormente nas próprias cozinhas dos presídios. Além do sabor e aparência duvidosos, há registros de mal-estar entre servidores e presos após o consumo das marmitas. Um dos agentes teria sido internado com suspeita de intoxicação alimentar.
A Diretoria-Geral da Polícia Penal de Goiás (DGPP) divulgou uma nota afirmando que ainda não é possível comprovar a autenticidade do vídeo, nem confirmar se a marmita exibida faz parte dos contratos oficiais da instituição. Apesar disso, a corporação informou que um procedimento administrativo foi aberto para apurar as denúncias. Caso sejam confirmadas irregularidades, a empresa responsável poderá ser penalizada e os contratos ajustados conforme previsto em lei.
A nota também ressalta que servidores que divulgarem imagens internas sem autorização poderão responder por infração disciplinar, conforme o Estatuto do Servidor Público e o Código de Ética da Polícia Penal.
A DGPP reforçou que segue normas rigorosas de fiscalização sobre os contratos de alimentação e destacou que, desde 2023, todos os custodiados recebem quatro refeições por dia — café da manhã, almoço, jantar e ceia — com marmitas de até 700 gramas, incluindo salada. Pela primeira vez, também passou a ser garantida alimentação regular aos policiais penais, por meio de nove contratos ativos com sete empresas distintas, abrangendo todas as regionais do estado.
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