Frango-d'Água-Azul Retorna ao seu Habitat Natural após resgate em Águas Lindas

Na manhã desta sexta-feira (16), moradores da quadra 36 do Setor América II, em Águas Lindas, protagonizaram um ato de solidariedade e preservação ambiental ao resgatar um exemplar de Frango-d'Água-Azul (Porphyrio martinicus) que havia sido avistado na região. A ave, também conhecida como maranhão e tauá-tauá-azul, foi capturada pelos moradores, que prontamente acionaram as autoridades militares do 20º Batalhão de Bombeiros Militar (20º BBM) de Águas Lindas para garantir um resgate seguro.

O Sargento Marques, do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO), liderou a operação de resgate e afirmou que o Frango-d'Água-Azul e não é uma espécie pouco comum em áreas urbanas. Ele destacou que a ave, um exemplar adulto, foi resgatada sem nenhum ferimento ou machucado aparente. Após o resgate bem-sucedido, o animal foi solto próximo à Barragem do Descoberto, garantindo seu retorno ao habitat natural.

Segundo informações do Sargento Marques, o Frango-d'Água-Azul é uma ave migratória encontrada em todo o Brasil, sendo mais comum no Nordeste. Sua presença em áreas urbanas é rara, o que torna o resgate na quadra 36 do Setor América II ainda mais peculiar. A espécie pertence à família Rallidae, da ordem Gruiformes, e sua distribuição abrange desde o Sudeste dos Estados Unidos e México até o Norte da Argentina.

A alimentação do Frango-d'Água-Azul é diversificada, incluindo insetos aquáticos, anfíbios, peixes, aranhas e sementes. Quanto à reprodução, o ninho é construído em terrenos pantanosos, à base de gramíneas, ou em pés de arroz, um pouco acima da água. As fêmeas colocam de quatro a cinco ovos, que apresentam características específicas, como a coloração rosada e pontilhada de marrom. Os filhotes costumam acompanhar os pais e buscam refúgio sob as plantas flutuantes quando ameaçados.

Apesar de viver em áreas alagadas, o Frango-d'Água-Azul é afetado por diversas ameaças humanas. O consumo de seus ovos compromete as gerações futuras, e a ave torna-se presa fácil a partir de março, quando troca as penas das asas, impedindo-a naturalmente de voar. Além disso, pesticidas usados em arrozais, locais frequentados pela espécie, contribuem para seu declínio populacional.

A população do Frango-d'Água-Azul está em declínio, e a atitude dos moradores do Setor América II destaca a importância da conscientização e preservação ambiental para garantir a sobrevivência dessa bela espécie. A colaboração entre a comunidade local e as autoridades militares demonstra que, juntos, podemos contribuir para a proteção da biodiversidade e a preservação dos habitats naturais.