Integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) responsáveis por decapitar um rival do Comando Vermelho (CV) foram condenados a mais de 20 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Ceilândia. O crime ocorrido em 2 de julho de 2021. Randerson Silva Carmo, 24 anos, foi submetido ao "tribunal do crime" e assassinado a tesouradas e pedaços de madeira. Após o crime, os criminosos levaram a cabeça da vítima até uma praça de Águas Lindas de Goiás.
Foram sentenciados Fernando Gomes de Morais, conhecido por Esquerdinha; e José Francisco Feitosa Filho, o Foguinho. Fernando pegou 12 anos de prisão; e José, 16 anos, em sessão de julgamento que ocorreu em 10 de fevereiro.
Randerson foi atraído pelos criminosos no fim da tarde de 1º de julho do ano passado. Ele saiu de casa, em Águas Lindas, em direção a um ponto marcado pelos suspeitos. Depois disso, a vítima entrou em um gol branco ocupado por quatro homens, incluindo Fernando e José Francisco. Randerson foi levado a uma casa, no Setor de Indústria de Ceilândia e, lá, passou por uma espécie de "julgamento".
No interrogatório à polícia, Fernando contou que, além da rivalidade entre os membros, as duas facções (PCC e CV) disputavam o ponto de tráfico no município goiano. O preso deu detalhes aos policiais sobre como ocorreu o tribunal. Segundo ele, cerca de 100 membros do PCC, incluindo um dos líderes, participaram do julgamento. Após mais de 10 horas, a maioria votou pela execução.
Dada a ordem do assassinato, os líderes da facção ordenaram aos "encarregados" que decapitassem Randerson e jogassem a cabeça na Praça Santa Lúcia: seria uma forma de "mostrar o poder" da organização criminosa. A vítima foi espancada e esfaqueada com golpes de tesoura. O passo a passo do crime foi filmado, como determina uma das leis da cúpula, e o vídeo circulou nas redes sociais. Os criminosos levam a cabeça até a Praça Santa Lúcia, na noite de 2 de julho.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o crime foi cometido por motivo torpe, relacionado a confronto entre grupos criminosos, praticado com emprego de meio cruel, pois os acusados agrediram a vítima com pedaços de madeira e tesoura e, "após causarem intenso sofrimento no ofendido, o decapitaram, atuando com brutalidade for a do comum e em desacordo com o mais elementar sentimento de piedade." Os réus ainda usaram recurso que dificultou a defesa da vítima
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